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Demandas do assentamento Fazenda da Barra foi tema de reunião

Com 478 famílias assentadas, existem problemas de infraestrutura graves que impedem a produção em escala maior
Demandas do assentamento Fazenda da Barra  foi tema de reunião

A Câmara Municipal recebeu nesta quarta-feira, 20 de outubro, convidados para discutir os problemas existentes no assentamento Fazenda da Barra.

De iniciativa dos vereadores França (PSB) e Ramon Todas as Vozes (Psol), a reunião contou com a participação da vereadora Coletivo Popular Judeti Zilli (PT) e ouviram os convidados Neusa Paviato, Licenciada em Geografia com especialização em agrossistema e membro da direção do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra, Lucinei Ferreira, produtor orgânico e assentado da Fazenda da Barra desde 2004, e o advogado e técnico em agroecologia Luciano Botelho que também ocupa o cargo de presidente do Conselho de Segurança Alimentar.

O assentamento Fazenda da Barra está localizado na região leste de Ribeirão Preto e tem atualmente 478 famílias assentadas. Existem problemas de infraestrutura graves que impedem a produção em escala maior, assim como a sobrevivência dos assentados. 

Atualmente a Fazenda da Barra fornece alimentos para as prefeituras de Ribeirão Preto, Franca. Pontal e Guariba, porém se houvesse o apoio dos governos federal e municipal, essa produção seria muito maior, segundo os convidados.

Os poços artesianos perfurados pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), não atendem as necessidades básicas no assentamento. É um poço para 43 famílias, e não existe distribuição, o que é feito através de mangueiras que contaminam a água utilizada para consumo das famílias. E também não existe água para irrigação, deixando a produção muito mais dificultosa. “Falta o Poder Público investir em infraestrutura e dando acesso a comercialização”, defendeu Luciano, que ainda explicou que o retorno produtivo e econômico para o município é considerável.

A preservação ambiental também foi citada como uma das bandeiras do assentamento. São cerca de 300 hectares de área preservadas.

Os convidados lembraram que existe uma ação da Promotoria Pública cobrando que a prefeitura cumpra com os deveres básicos de sobrevivência dos moradores do assentamento.

Uma reivindicação antiga das famílias, a construção de uma escola no assentamento, até o momento não houve ação da prefeitura. O vereador Ramon citou a dificuldade das crianças e adolescentes enfrentam para frequentar escolas em outros locais, quando muitas vezes não é respeitado o modo de vida de um assentado.

Outro ponto que causa grandes transtornos é o difícil acesso de ônibus, principalmente quando chove, impossibilitando que o veículo chegue até o assentamento.

O vereador França pretende convidar o prefeito informe quais os motivos de não cumprir as obrigações do município com o assentamento, e que possa apresentar soluções para os problemas vividos diariamente por aqueles produtores.   

Ao final foi informado que foram protocolados requerimentos ao Executivo Municipal, questionando sobre a inexistência dos serviços básicos no assentamento.   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Texto: Silvia Morais (MTB 77105/SP)

Fotos: Allan S. Ribeiro (MTB 0081231/SP)